Marcos Assunção se emociona em visita à Fundação Casa. Foto: Sergio Gandolphi /globoesporte.com |
O volante Marcos Assunção é um dos ídolos do Palmeiras, conquistou uma carreira sólida no futebol e muitos frutos fora dele. Mas nem sempre foi assim. Quando menino enfrentou uma infância pobre e lutou contra as dificuldades da família. E relembrando tudo isso, Assunção chorou.
Na manhã desta terça-feira, 09, o jogador foi convidado para ir até a Fundação Casa (antiga Febem), em Osasco, para conversar com os internos e passar para eles a esperança que sempre carregou consigo. Relembrou como foi difícil tornar o sonho de ser jogador de futebol em realidade e se emocionou vendo no olhar daqueles meninos um pouco de tudo que viveu.
O bate papo durou cerca de uma hora e meia e reuniu 40 jovens da fundação. O volante contou como foi o início da carreira, as dificuldades financeiras e tentou ensinar um pouco sobre honestidade aos meninos. Falou também sobre a época em que trabalhou como Office boy e não tinha dinheiro nem para o trem ou metrô. As lágrimas vieram quando relembrou do pai Waltemir Bispo, que faleceu em 2004.
“Não sei o que seria de mim sem ele. O que eu sou devo a ele. Uma pessoa boa, que nunca teve problemas com ninguém, que sempre fez o bem. Minha família era humilde, mas sempre agiu de forma correta. Ele foi meu ídolo e eu via o sacrifício que fazia para manter nossa família”, disse emocionado.
Tentou mostrar aos meninos que mesmo as peneiras que não deram certo o desanimaram da carreira. "Não é no primeiro obstáculo ou na primeira coisa negativa que você tem de parar. Isso é coisa de gente fraca, que não tem capacidade de achar que é difícil, mas que vai superar. Se vocês têm um sonho, corram atrás", enfatizou.
Descontração após bate papo com os meninos. Foto Julyana Travaglia |
As palavras de Marcos Assunção levaram esperança aos meninos que sonham em seguir seus passos. O adolescente M., de 17 anos, cumpre pena por roubo e pelas suas contas ainda tem mais três meses de reclusão na Fundação Casa. "Eu quero sair daqui e ser jogador de futebol ou enfermeiro. Sei que posso. Gostei muito do que ele falou. A história de vida dele é bonita", disse o garoto.
Depois da palestra, Assunção aproveitou para distribuir autógrafos, tirar fotos e jogar bola. Ganhou ainda uma taça em homenagem à visita.
As palavras do volante alviverde emocionaram não só os jovens como também a presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella. "É importante a presença de ídolos que tragam bons exemplos para eles. Eles mostram que só se vence na vida com muito esforço e dedicação. O caminho ilícito pode ser mais fácil, mas é efêmero e traz outras consequências", falou.
Giannella está no comando da entidade há seis anos e neste período a taxa de reincidência dos jovens caiu de 19% para 14% e houve apenas uma rebelião no local. “Os atletas são exemplos, pois batalharam para alcançar seus postos. Eles mostram que as coisas acontecem aos poucos, com luta e dedicação”, completou.
A palestra do jogador levou aos jovens a esperança de que atrás das grades existe ainda uma possibilidade de alcançar os sonhos.
* Com informações do globoesporte.com e UOL
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