terça-feira, 9 de agosto de 2011

Assunção se emociona em palestra para os meninos da Fundação Casa

Por Danielle Rosa*

Marcos Assunção se emociona em visita à
Fundação Casa. Foto: Sergio Gandolphi /globoesporte.com
O volante Marcos Assunção é um dos ídolos do Palmeiras, conquistou uma carreira sólida no futebol e muitos frutos fora dele. Mas nem sempre foi assim. Quando menino enfrentou uma infância pobre e lutou contra as dificuldades da família. E relembrando tudo isso, Assunção chorou.

Na manhã desta terça-feira, 09, o jogador foi convidado para ir até a Fundação Casa (antiga Febem), em Osasco, para conversar com os internos e passar para eles a esperança que sempre carregou consigo.  Relembrou como foi difícil tornar o sonho de ser jogador de futebol em realidade e se emocionou vendo no olhar daqueles meninos um pouco de tudo que viveu.

O bate papo durou cerca de uma hora e meia e reuniu 40 jovens da fundação. O volante contou como foi o início da carreira, as dificuldades financeiras e tentou ensinar um pouco sobre honestidade aos meninos. Falou também sobre a época em que trabalhou como Office boy e não tinha dinheiro nem para o trem ou metrô. As lágrimas vieram quando relembrou do pai Waltemir Bispo, que faleceu em 2004.

“Não sei o que seria de mim sem ele. O que eu sou devo a ele. Uma pessoa boa, que nunca teve problemas com ninguém, que sempre fez o bem. Minha família era humilde, mas sempre agiu de forma correta. Ele foi meu ídolo e eu via o sacrifício que fazia para manter nossa família”, disse emocionado.

Tentou mostrar aos meninos que mesmo as peneiras que não deram certo o desanimaram da carreira.  "Não é no primeiro obstáculo ou na primeira coisa negativa que você tem de parar. Isso é coisa de gente fraca, que não tem capacidade de achar que é difícil, mas que vai superar. Se vocês têm um sonho, corram atrás", enfatizou.

Descontração após bate papo com os meninos. Foto Julyana Travaglia
As palavras de Marcos Assunção levaram esperança aos meninos que sonham em seguir seus passos. O adolescente M., de 17 anos, cumpre pena por roubo e pelas suas contas ainda tem mais três meses de reclusão na Fundação Casa. "Eu quero sair daqui e ser jogador de futebol ou enfermeiro. Sei que posso. Gostei muito do que ele falou. A história de vida dele é bonita", disse o garoto.

Depois da palestra, Assunção aproveitou para distribuir autógrafos, tirar fotos e jogar bola. Ganhou ainda uma taça em homenagem à visita.

As palavras do volante alviverde emocionaram não só os jovens como também a presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella. "É importante a presença de ídolos que tragam bons exemplos para eles. Eles mostram que só se vence na vida com muito esforço e dedicação. O caminho ilícito pode ser mais fácil, mas é efêmero e traz outras consequências", falou.

Giannella está no comando da entidade há seis anos e neste período a taxa de reincidência dos jovens caiu de 19% para 14% e houve apenas uma rebelião no local. “Os atletas são exemplos, pois batalharam para alcançar seus postos. Eles mostram que as coisas acontecem aos poucos, com luta e dedicação”, completou.

A palestra do jogador levou aos jovens a esperança de que atrás das grades existe ainda uma possibilidade de alcançar os sonhos.


* Com informações do globoesporte.com e UOL

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